Na tarde desta quinta-feira (15), o deputado federal Sargento Gonçalves (PL) divulgou um vídeo em suas redes sociais arrancando uma faixa fixada em uma passarela da BR-101, em Natal. O cartaz, de conteúdo ofensivo, acusava parlamentares potiguares de serem “bandidos” e “apoiadores do terrorismo”, mencionando nomes como Carla Dickson, João Maia, General Girão, Benes Leocádio e o próprio Gonçalves.
A faixa trazia os dizeres: “Deputados do RN que apoiam o terrorismo. Ano que vem não vote nesses bandidos”. Curiosamente, apenas três parlamentares escaparam da acusação: Natália Bonavides e Fernando Mineiro, ambos do PT.
Em seu vídeo, Sargento Gonçalves afirma que não aceitará ser chamado de criminoso. “Isso aqui é crime. Estamos tomando as providências legais”, declarou, ao remover a faixa, possivelmente instalada de forma irregular em espaço público federal.
O episódio acontece na mesma semana em que o parlamentar apresentou na Câmara dos Deputados um projeto de lei que propõe a revogação dos artigos do Código Penal que tratam do golpe de Estado e da abolição violenta do Estado Democrático de Direito — tipificações que ganharam visibilidade após os atos de 8 de janeiro de 2023.
Na justificativa da proposta, Gonçalves argumenta que a exclusão dos dispositivos “não compromete a proteção da ordem democrática”, mas sim evita “perseguições políticas com uso indevido do Direito Penal”. Para ele, os artigos seriam passíveis de interpretações ideológicas e poderiam ser utilizados como ferramenta de repressão a opositores.
Redação: Sem Mordaça